domingo, 15 de julho de 2012

Estamos desaprendendo?

        Quando vejo pessoas guardando papéis de bala no bolso ou na bolsa, assentos reservados aos idosos no metrô vazios nos horários de maior movimento e pessoas recolhendo os malcheirosos rastros de seus animais após os passeios, surge um sorriso de alívio no rosto. No entanto, basta observar um pouco mais para o sorriso dar lugar à testa franzida. Crianças se debatendo aos gritos com os pais pelas ruas, motoristas ignorando faixas e pedestres, pedestres ignorando sinais fechados, motoristas e pedestres ignorando as dificuldades dos idosos, pessoas acompanhadas que não tiram os olhos nem os dedos do celular por horas a fio, pessoas gritando ao celular, ignorando os ouvidos alheios. Quando/por quê perdemos o rumo quando o assunto é o outro?
        Lemos, fazemos cursos, assistimos a palestras. Queremos lazer, queremos qualidade de vida, queremos progredir. Estamos atentos a tudo o que diz respeito a crescimento pessoal. E os outros? Onde ficaram os outros?
        E quando os outros são os bem próximos? O quanto estamos contribuindo para a felicidade deles? Estamos dando ouvidos às necessidades dos nossos parentes e amigos?
        E as crianças? Estão sendo preparadas para enxergar os outros? Afinal, quando pensamos em família, o que queremos não é ter filhos, netos, sobrinhos e afilhados que aprendam as lições básicas de convivência, que tenham a ensinar para a sua geração e para as gerações futuras?
        Que bons hábitos adquirimos e que maus hábitos se instalaram nos últimos tempos? Que lição julgávamos aprendida e se perdeu sem nos darmos conta?
        Com certeza avançamos vorazmente nos quesitos educação ambiental, ciência e tecnologia. Entretanto, o material humano, que determina os rumos de tudo isso, caminha na contramão da evolução quando se mostra, por exemplo, incapaz de dizer "bom dia", "com licença", "por favor" e "obrigado".
        Quando o assunto é civilidade, estamos, apesar de tanta teoria, desaprendendo na prática?



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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Escrever é um salto sem rede

        O que você escreveria se tivesse certeza de que ninguém leria?
        Que medo é esse que paralisa a escrita? Medo da exposição? Das críticas? De não achar o próprio texto bom? De os outros não acharem o texto bom? Medo de o texto revelar os próprios medos?
        A boa notícia é que há um excelente curso em andamento para ajudar a exorcizar esses fantasmas. Quem ministra é Marcia Zanelatto. Marcia é escritora, roteirista e poeta, com textos premiados pela Academia Petropolitana de Poesia, Instituto Ford, Centro Cultural Banco do Brasil, entre outros. Segundo Marcia, o curso pode valer muito a pena para quem se arriscar.
        Para começar a escrever, Marcia diz que é preciso perder o pudor; deixar de lado a autocensura; libertar-se do medo de revelar sua vida interior; despojar-se da necessidade de estar dentro de um cânone.
        O que aconteceria se essas barreiras internas deixassem de existir? No mínimo, o ganho seria uma dose extra de autoconhecimento.
        Ficou com vontade de se aventurar? Então, vou deixar aqui mais algumas considerações de Marcia para ajudar a espalhar essa semente:
        "Escrever é uma oportunidade de rever sua relação com suas próprias dores e medos".
        "A diversidade é alimento para a nossa criatividade".
        "A gente acha que escreve com a mente. A gente escreve com o corpo. A gente escreve com a intuição".
        "O mistério da escrita se desvela no ato de escrever".
        "A sua criatividade está louca para encontrar um elemento externo no qual ela possa grudar".
        Para os "aventureiros", o POP fica na Rua Conde Afonso Celso, 103 - Jardim Botânico - RJ.
        Boas descobertas!



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terça-feira, 3 de julho de 2012

Peça A descoberta das Américas

        À semelhança da contação de histórias, A Descoberta das Américas é um espetáculo onde há espaço para a imaginação. Não há cenário. As luzes permanecem inertes. E o público fica completamente embevecido durante 1 hora e meia.
        Fui assistir à peça por indicação de um amigo, que me contou que aquela era a sua quinta vez. A irmã estava assistindo à peça pela sétima vez. Eram bons prenúncios de uma apresentação incomum.
        Soa a campainha. Logo os desavisados percebem o tom da peça: o ritmo frenético. Uns devem estar apostando com o amigo do lado que o ator não conseguirá sustentar aquele arrebatamento até o fim do espetáculo. Mas quem está em cena é Julio Adrião, que adaptou o texto de Dario Fo com Alessandra Vanucci, ganhou o prêmio Shell de melhor ator em 2005 e foi elogiado por Bárbara Heliodora.
        Ele é Johan, que embarcou em uma caravela de Cristóvão Colombo. Aliás, não só Johan. É também a caravela, os índios, os animais e tudo o mais. Com expressões corporal e vocal precisas, seu corpo parece talhado para a peça. E a peça o talhou — já foram mais de 500 apresentações com uma atuação de um furor magistral.
        Narrador e personagem, Julio Adrião é tudo (em todos os sentidos) em cena — tudo o que se pode imaginar e muito mais.
        A Descoberta das Américas está em cartaz até 6 de julho (só essa semana!) no Teatro Serrador, que fica na Rua Senador Dantas, 13 - Cinelândia - RJ.
        Saiba mais sobre a programação do Teatro Serrador em http://alfandega88.com.br/teatroserrador/


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