Quando vejo pessoas guardando papéis de bala no bolso ou na bolsa, assentos reservados aos idosos no metrô vazios nos horários de maior movimento e pessoas recolhendo os malcheirosos rastros de seus animais após os passeios, surge um sorriso de alívio no rosto. No entanto, basta observar um pouco mais para o sorriso dar lugar à testa franzida. Crianças se debatendo aos gritos com os pais pelas ruas, motoristas ignorando faixas e pedestres, pedestres ignorando sinais fechados, motoristas e pedestres ignorando as dificuldades dos idosos, pessoas acompanhadas que não tiram os olhos nem os dedos do celular por horas a fio, pessoas gritando ao celular, ignorando os ouvidos alheios. Quando/por quê perdemos o rumo quando o assunto é o outro?
Lemos, fazemos cursos, assistimos a palestras. Queremos lazer, queremos qualidade de vida, queremos progredir. Estamos atentos a tudo o que diz respeito a crescimento pessoal. E os outros? Onde ficaram os outros?
E quando os outros são os bem próximos? O quanto estamos contribuindo para a felicidade deles? Estamos dando ouvidos às necessidades dos nossos parentes e amigos?
E as crianças? Estão sendo preparadas para enxergar os outros? Afinal, quando pensamos em família, o que queremos não é ter filhos, netos, sobrinhos e afilhados que aprendam as lições básicas de convivência, que tenham a ensinar para a sua geração e para as gerações futuras?
Que bons hábitos adquirimos e que maus hábitos se instalaram nos últimos tempos? Que lição julgávamos aprendida e se perdeu sem nos darmos conta?
Com certeza avançamos vorazmente nos quesitos educação ambiental, ciência e tecnologia. Entretanto, o material humano, que determina os rumos de tudo isso, caminha na contramão da evolução quando se mostra, por exemplo, incapaz de dizer "bom dia", "com licença", "por favor" e "obrigado".
Quando o assunto é civilidade, estamos, apesar de tanta teoria, desaprendendo na prática?
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