domingo, 21 de outubro de 2012

Qual é o seu lugar no mundo?

        Você já pisou em algum lugar e de repente teve a sensação de que aquele era o seu lugar no mundo? Isso aconteceu comigo quando conheci Ouro Preto. Se me fosse concedido um desejo, eu pediria para visitar Ouro Preto todos os anos até o fim da vida.
        Abrir a janela e ver enquadradas as montanhas salpicadas de igrejas, comer couve com tutu à mineira, doces caseiros sem igual, aquela variedade de queijos saborosos, um inesquecível mexidinho, ver o entardecer dourando as construções tombadas, subir suas ladeiras de pedra-sabão, misturar-se ao burburinho universitário em épocas de festa ou procurar uma ruela e ficar sentado na calçada observando os contornos da paisagem - poucas coisas nessa vida me parecem tão desejáveis desde que os meus olhos encontraram aquele relevo pela primeira vez.
        Ah, Ouro Preto me emociona como só mais um lugar conseguiu: Tiradentes. Essa cidade também transmite tanta paz, tem um poder de encantamento tão avassalador que dá vontade de se camuflar para se misturar à paisagem acolhedora. Um final de semana por lá e você já está "amineirando" o passo, conferindo as horas no relógio de sol da Igreja da Matriz, folheado livros de "causos" do lugar, querendo se demorar.
        Ouro Preto e Tiradentes são dois lugares onde me desfaço para me refazer com menos racionalidade e mais emoção. Lugares onde me escuto melhor, onde me calo melhor, onde a solidão é mais companhia e onde cada ruazinha é imensidão.
        Não importa o seu lugar no mundo. Pode ser outra cidade, outro país, um bairro, a sua casa, a casa da sua mãe ou avó, o parque onde você caminha, a praia que renova suas energias. O importante é que você reconheça esse lugar e sinta que você tem para onde voltar quando quiser se (re)encontrar.




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