faz a ponta do lápis no papel,
arrastando o verso desengonçado.
Meu Deus, ela confessou ainda usar lápis.
Insana!
É como usar máquina de escrever
na era da computação.
O lápis bambeia sobre a linha obstinado.
Risc, risc, risc,
segue o lápis empretecendo uma parte
do branco entre as linhas.
Meu Deus, ela ousa rabiscar alguma coisa
depois de ler Drummond.
Insana!
A culpa é do lápis e da mão.
Desgovernados, perderam a medida e a noção.
A solução? Desfazer o malfeito.
Ei, você não me arruma uma borracha, não?
E a borracha,
desarvorada no cumprimento de sua missão,
cega o lápis,
esse demente.
E a mão?
A mão continua solta.
Avisem a todos que encontrarem
que ela pode atacar novamente.
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