segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Para transformar, bazar é o que há

         Bazar. Qual a primeira imagem que essa palavra suscita? Um evento beneficente no fim de semana? Um vizinho prestes a se mudar desengavetando os mais improváveis objetos e os vendendo a preços inacreditáveis para deixar boa parte da antiga vida para trás? Aquela amiga elegante que sofreu um ataque repentino de culpa por ser tão consumista e resolveu se desfazer de peças de roupa j-u-r-a-n-d-o que agora ia reduzir seu abarrotado closet a quatro portas de armário? Um artista promovendo suas criações naquele clima gostoso de café com bate-papo de tardinha?
        Bem, conceitualmente, um bazar pode ser tudo isso ao mesmo tempo agora. Se as vendas beneficiarem uma comunidade, servirem para uma mudança positiva de hábitos, ajudarem na conscientização sobre o impacto ambiental que têm as atitudes de cada um e divulgarem o talento e a criatividade de uma pessoa ou de um grupo, então esse bazar pode ser um poderosíssimo instrumento de transformação.
        Vou ilustrar tudo isso com uma experiência pessoal. Há pouco tempo me propus a fazer um bazar com os produtos da Asta, e confesso que a satisfação pessoal foi bem além das minhas expectativas. Vi velhos amigos descobrindo que um retalho não faz verão, mas vários retalhos unidos por mãos hábeis em peças criativas fazem diferença na decoração. Acompanhei olhinhos curiosos para saber de que material um produto era feito e como o artesão fazia aquilo. Percebi que algumas pessoas estavam pagando por um produto pela satisfação de adquirir o que ele representa. E ouvi muito "Quando vai ser o próximo"?
        Enfim, essa experiência foi uma bela prova de que bazares podem ser como pirilampos em noite de lua nova. Como diriam na terra do Tio Sam, I strongly recommend.



Como conselheira Asta, a divulgação de produtos feitos à mão com materiais recicláveis por artesãos de comunidades que, por sua vez, vêm sentindo na pele (ou melhor, no bolso) uma real melhoria na qualidade de vida com o escoamento de sua produção fez com que eu me sentisse um feliz elo dessa cadeia de propagação de transformação.



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