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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Reportagem - Guerra e paz na favela olímpica
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
A Cidade do Samba - Vídeo de Jarbas Agnelli
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Um medo
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Segunda mão
Lembro os tempos da faculdade de decoração em que os olhinhos dos alunos faiscavam quando viam peças de design nos livros, nas revistas, nas mostras de decoração. A gente visitava quase todas, e não era raro encontrar a mesma cadeira famosa em dois ou três ambientes diferentes na mesma mostra. Todas sempre luzindo, comentadas, caras e cobiçadas. E, basicamente, os olhares se voltavam para designers consagrados cujas peças há décadas estavam sob os holofotes e, em menor proporção — bem menor — para os novos designers e seus lançamentos. Peças há tempos catalogadas, encerradas em suas medidas exatas. Durante os projetos, criando ambientes com essas peças, eu sentia falta de me expressar também na criação delas.
Foi passeando pela Feira do Troca da Praça XV que comecei a desenvolver a capacidade de enxergar em objetos de segunda mão lindas peças novas — e únicas. Era o usado tendo chance continuar se expressando, encantando, inovando.
E, nesses tempos em que nos preocupamos em reciclar tudo o que é possível, mais e mais olhos vão conseguindo enxergar o encantamento de dar vida nova ao que alguém descartou.
Foi com base nesse novo olhar que, no meu projeto final, um atabaque virou luminária, um carretel de cabo virou mesa, e outras coisas menores viraram peças de algum outro objeto — tímido, desconfiado de seu futuro, inseguro quanto à sua aceitação num mundo onde as pessoas ainda estão aprendendo a olhar com aprovação objetos de segunda mão.
Quando, enfim, um olhar se deixa seduzir pelo objeto transformado, o designer sente que cumpriu algumas de suas funções: ser criativo, enxergar além das coisas, dar vida nova aos objetos, contribuir para a preservação do meio ambiente, transformar olhares, surpreender, superar-se.
Frequentemente, a transformação é motivada pela admiração. Para aprender a reciclar, é preciso reciclar-se primeiro. Muitos há tempos já se esforçam para tornar o meu e o seu mundo mais aprazível. Nossos aplausos ao poder de transformação de quem muitas vezes faz do que é de segunda mão a primeira opção.
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