domingo, 5 de agosto de 2012

Lagoa Rodrigo de Freitas

Domingo, dia de descanso,
não para os esportistas.
Bicicletas alugadas
zanzam
em não sei quantas voltas
desvairadas.
Os pedalinhos se julgam
os senhores da lagoa
até surgir uma canoa
e lhes roubar o lugar.
A árvore-balanço
observa o menino suspenso.
E o cão, logo embaixo,
pensando que é alpinista,
tenta vencer a árvore.
Frustrado, faz as pazes
com o chão.
A menina aponta
o coco gelado,
o milho cozido,
o amendoim açucarado.
A mãe, com toda a paciência,
explica a diferença
entre carrinho de pipoca
e merendeira.
A moça de preto contabiliza
um sem fim de passos.
Mal come,
apenas bebe — só água.
A academia,
a dieta
e a balança
governam seus dias.
Não há trégua.
Vai ao seu lado,
igualmente cansado,
o cachorro da moda
de ontem à tarde.
Domingo, dia de descanso.
É preguiçoso o acordar
e demorado o café.
De tão atrasado o almoço,
por um triz, desavisado,
não esbarra no jantar.


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